quinta-feira, 3 de julho de 2008

As inevitáveis comparações...


"Praça" na esquina de casa...

O nosso olhar aqui detecta tudo o que se assemelha, sublinha tudo o que contrasta, e se abre (ou se fecha) para tudo de novo que será incorporado ao "antigo" cotidiano, dando luz à uma recém-nascida rotina.

E num piscar de olhos, tudo se transforma... Atravesso a rua olhando para a esquerda, não mais para a direita; saio de casa com um guarda-chuvas, e não óculos escuros... Em minha carteira, moedas estranhas, que valem mais do que pesam; aos meus ouvidos palavras distantes, ausentes dos livros de inglês que tanto estudei.

Ao invés de cães, pássaros; em vez de praças, parques a cada esquina. Nas calçadas, pessoas de todas as faixas etárias: estudantes saídos de Harry Potter; mulheres saídas da maternidade, com 2, 3, 4 bebês em carrinhos múltiplos. Velhinhos em bicicletas, felizes a pedalar, engravatados nos pubs, casais nos pubs, donas-de-casa nos pubs...

Não se ouve buzinas, não se vê motoboys; apenas ônibus de dois andares "congestionando" o trânsito ao som de ipods adolescentes. Entre as pessoas, apertos de mãos, "see you" e "take care"; nada e beijos ou abraços. Entre um dia e outro, luz, das 4 da manhã às 10h40 da noite; para o descanso, o silêncio total ... Descanso é mesmo descanso, o trabalho começa tarde, por volta das 9 e acaba cedo, a partir das 4 e meia. A balada começa cedo, a partir das 5 da tarde para a maioria, e a partir das 10 da manhã para uma parcela mais, mais... menos consciente dos estragos que o alcóol acarreta à saúde.

Nas prateleiras de super-mercados, congelados. Camisinha é difícl de encontrar, o que em parte, explica o baby boom! (o álcool, o excesso de maquiagem das mulheres, os uniformes fetichistas das estudantes e o exemplo do Tony Blair devem explicar a outra parte). Em todo canto, informação: jornais, panfletos, catálogos, internet... Tantos recursos que beiram o desperdício. O lixo, no entanto, é tratado com respeito. Reciclagem é algo levado à sério; há sacos plásticos específicos para descarte de papéis, lixo orgânico, vidros, folhas de árvores e roupas. Se não for empacotado da forma certa, os lixeiros simplesmente não o levam embora. Se por um lado o lixo doméstico é bem tratado, o lixo "transeunte, urbano", aquele que se produz no ir e vir, fora de casa, é despejado no chão da rua mesmo... Latas e copos de cerveja, pacotes de cigarros, elásticos de cabelo, restos de sanduíches, tudo ao relento, e aqui, por incrível que pareça, não há garis.

As diferenças são muitas. Mas nada como o diferente para nos mostrar quem somos de verdade, não é mesmo? E viva a diferença!

Um comentário:

Elaine Leme disse...

Viva a diferença! rss

beijos