quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Voltando ao UK e à sempre inédita Londres


Notting Hill


Regata vista sobre a Milennium Bridge


Piccadily


The City of London


Medieval e ultramoderna Londres

Após ter passado um ano e meio no Brasil, desde a chegada de Manchester, estou de volta à Terra da Rainha, pronta para publicar mais uma série de posts sobre o UK. Desta vez, no entanto, para uma estada curta, de três meses, em Middlesbrough. Mas antes de falar de Middlesbrough , não há como não falar de Londres, onde ficamos por três dias antes de nos escondermos, eu e o Mário, no meio do fog inglês, no nordeste do país.

Mesmo tendo ido inúmeras vezes à Londres, sempre fazemos coisas diferentes. Desta vez, entre as novidades, conhecemos o Shakespeare Globe Theatre, o famoso mercado de rua, Portobelo Road, em Notting Hill e a Tate Modern, galeria onde encontramos dentre muitos nomes da arte moderna, obras que vão desde Picasso e Wandy Warhol até grafites de Os Gêmeos. A Galeria só cobra ingresso para vistação de mostras especiais, mas não para ver o seu (gigantesco) acervo.

O Shakespeare Globe Theatre fica próximo às estações Waterloo e Backfriars, em frente ao Tâmisa, numa estreita rua de paralelepípedos na região de Southbank. Além das peças sempre em cartaz no teatro, há os tours guiados, com visitação ao museu. Foi isso o que fizemos. Quem viu o filme “Shakespeare Apaixonado”, pode ter a idéia exata do que foi o teatro usado pelo gênio da dramaturgia medieval, apesar de ele ter sido filmado não nele, mas em uma locação idêntica ao teatro de Londres. A experiência de estar lá é fantástica e mesmo sabendo que aquele não é o teatro original, vale a visita e as 8 Libras pagas pelo ingresso!

Depois do teatro, rumamos a Notting Hill (metrô Notting Hill Gate), o bairro no West London, imortalizado pelo filme que leva seu nome, famoso pelo Carnaval e pelo mercado de rua de rua de antiguidades na Portobello Road. O lugar tem uma atmosfera especial aos sábados, quando suas ruas ficam tomadas por gente do mundo todo em busca de moda vintage, antiguidades, comidas típicas e até por filmes, uma vez que é onde fica um dos mais incríveis cinemas do UK, o Eletric Cinema.

Recomendo chegar lá na hora do almoço e percorrer toda a charmosíssima Portobello Road - onde fica também a casa em que morou George Orwell - entrando em cada uma de suas lojas malucas, brechós alternativos e garagens lúdicas e cheias de barraquinhas. Destaque especial para a All Saints, uma grife de roupas que fica na esquina e é completamente decorada por máquinas de costura Singer por dentro e por fora, é a maior viagem!

Para comer também não faltam opções. De barraquinhas típicas, com bruschettas, hot-dogs, falafel e kebabs aos restaurantes renomados, há alternativas para todos os gostos e bolsos! Fundamental entrar na livraria “Books for Cooks”, que inspirou a constituição da livraria do filme onde Hugh Grant gasta todo seu sotaque inglês para conquistar Julia Roberts. Já a porta azul onde ele morava no filme, ninguém sabe onde fica. Parece que o dono pintou a porta de outra cor para despistar o bando de turistas que se aglomeravam diariamente ali para fotografá-la.

Seja qual for o objetivo em Notting Hill, o importante é não ter pressa para desfrutar tudo o que o bairro oferece, nem claustrofobia, uma vez que a multidão se aglomera desde o metrô até as duas milhas da Portobello Road.

Para fechar o dia, vale uma sessão no Eletric Cinema, para assistir filmes atuais ou antigos, em poltronas de couro - onde se pode deitar por completo e tomar champanhe, ou degustar pratos refinados do bistrô - e de lá seguir para uma noitada no Sohoo, Convent Garden ou Chinatown. Lá ficam os mais procurados restaurantes da cidade, mais uma vez, com opções para todos os gostos e bolsos!

Uma observação: Londres é cheia de surpresas. O imprevisto é a aura da cidade. Indo do Globe Theatre para Notting Hill, nos deparamos com uma regata internacional no Tâmisa, que assistimos entre centenas de pessoas na Ponte do Milênio (que liga a Tate Modern à igreja Saint Paul). O metrô também é cheio de reviravoltas e as linhas passam constantemente por manutenção, atraso e fechamento, mais ou menos em cima da hora... É bom ficar atento e ter sempre um plano B na manga para chegar a algum destino! E a cada esquina, pode-se descobrir uma viela histórica, uma celebridade, um evento inesperado e imperdível (como o show que o U2 fez sobre o prédio da BBC em 2009) acontecendo.

Isso é o que torna Londres esta paradoxal mistura entre tradicional e vanguardista, careta e revolucionária, antiga e ultramoderna, batida e inédita! Um roteiro para quem quer fugir do roteiro...