quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

London 4: the tube; muito mais do que um simples metrô!



Não há escapatória; quem vem para Londres tem que estar disposto a muitos vai-e-vem, porque além de a cidade ser bem grande, as atrações ficam muito distantes umas das outras. Quem tem pique pode até preferir ficar a pé nas zonas 1 e 2, o centro mais turístico, mas perde-se tanto tempo indo de um lugar para outro, que se o tempo na cidade é curto, a caminhada acaba não compensando. E aí é que o viajante vai encarar sua primeira e talvez uma das mais fascinantes atrações da cidade: o metrô.

O metrô, ou tube, como é conhecido pelos londrinos é o sistema de metrô mais antigo do mundo. Com aproximadamente 400 km de extensão, 11 linhas e 274 estações, ele serve mais de quatro milhões de passageiros por dia.

Os bilhetes são vendidos nas estações e as tarifas variam de acordo com o horário (se é ou não horário de pico), as zonas em que se vai circular (que variam de 1 a 6), a idade do usuário, a duração do bilhete (1, 3, 7 dias...) e se permite a utilização conjunta de ônibus e trens. Com a opção do o Oyster, um cartão recarregável conforme o uso, as tarifas ficam levemente mais baratas.

Com o bilhete em mãos, o viajante é levado ao mundo subterrâneo de Londres. O que já foi abrigo durante os bombardeios das duas grandes guerras é hoje um ponto de encontro para as pessoas e um reduto de músicos, que em busca de algumas Libras fazem verdadeiros shows acústicos para uma platéia só de passagem. Entre uma canção e outra, soam avisos periódicos “Mind the Gap”, que alertam para o espaço entre o trem e a plataforma e letreiros exibem mensagens “Beware of the pick pockets”, alertando para o perigo de trombadinhas. Nas paredes, outdoors de musicais, exposições gráficas de design, campanhas contra a matança de chinchilas...

O metrô de Londres foi também palco de filmes de terror, como em Death Line (Linha da Morte) e de muitas histórias de assombração, que hoje sustentam as “Ghost Walks”, caminhadas organizadas para reviver lendas de fantasmas e momentos de terror teoricamente passados em Londres.

Nesse cenário aonde realidade e fantasia se misturam, além da grande quantidade de supostas almas penadas, o fluxo de pessoas também é constante. Há estações que mais se parecem com labirintos, quatro, cinco lances de escada abaixo da superfície (certamente, um lugar desaconselhado para quem tem claustrofobia!), lotadas de pessoas; indicações, escadas, bifurcações e é necessário ficar bastante atento para não ir parar no lugar errado. Além disso, há vagões em que é preciso apertar um botão para a porta abrir, estações em que os trens não param e constantes alterações de rota por conta de reparos nas linhas. Todas estas possibilidades, entretanto, são bem divulgadas, anunciadas e impressas nos mapas espalhados pelas plataformas.

Essa pluralidade de eventos inspira um enorme marketing, com roupas, canecas, cartões postais, cortinas e uma infinidade de objetos com os símbolos e mapa do metrô londrino. Inspirou também uma web designer, Annie Mole, a fazer o London Underground, um blog inusitado e muito premiado sobre o metrô de Londres, que vale uma visita!

Para algumas pessoas, esse excesso de informação que é o metrô londrino, pode ser uma experiência estressante. Mas é bom estar prevenido, porque uma vez que se aprende a circular em Londres por seu subterrâneo, descobrindo as peculiaridades de cada estação, imerso numa multidão globalizada de pessoas, com a liberdade de ir e vir aonde quiser, com música, com arte e sem perda de tempo, pode-se cair na tentação de querer circular pela cidade apenas por debaixo da terra e assim, levar de recordação do reino da rainha mais a imagem de suas linhas do metrô do que a beleza monumental da cidade sobre os seus túneis...

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