Lucky me!
Made in China
Há exatos 4 anos, eu estava com o maridão em Atenas, assistindo aos jogos Olímpicos da Grécia de camarote, por conta de um prêmio que ganhei num dos muitos concursos culturais que venci. Ao perceber-me na frente de um telão na Inglaterra, 4 anos antes das Olimpíadas de Londres e há muitos quilômetros de Beijing, questionei-me sobre onde teria minha sorte ido parar...
O8/08/2008: uma data simbólica para os místicos, um dia especial para os esportes. Para definir a data de início das Olimpíadas, a China escolheu esse dia mágico como o marco inicial. A soma dos algarismos é 8, número da sorte pela numerologia. Li nos jornais que nessa data, também aconteceu uma maratona para o altar e em clima de proteção esotérica, 16000 chineses correram para dizer o “sim” ao casamento.
Cética desta magia, tive que convir que meu dia também contou com um quê da sorte. Na parte da manhã “filei” 4 aulas grátis de inglês na escola onde uma amiga está estudando. Pratiquei um pouco da língua e depois ainda degustei comidinhas “for free”, porque por coincidência era o dia da “international food” e todos os alunos tinham levado guloseimas típicas de seu país. Saindo da escola, achei 15 Pence no chão e fui me encontrar com o Mário, que por acaso estava livre na parte da tarde, para assistirmos a abertura dos Jogos no telão no centro de Manchester.
Dispersos nas rampas em frente ao famoso shopping Triangle, ao pé da Manchester Eye, num atípico dia de sol, pessoas de todos os cantos do mundo espremiam-se em busca de um ângulo privilegiado para acompanhar a festa em Beijing.
Encontramos uma ótima brecha e ali ficamos assistindo a festa da platéia... Sim, porque mais divertido do que acompanhar a abertura era acompanhar as expressões das pessoas diante do que assistiam no telão. A maioria era das pessoas era de chineses, orgulhosos e excitados, que se comportavam como anfitriões de uma festa da qual não puderam participar. Como uma franquia da China, ali nas rampas do centro, eles empunhavam bandeiras, gritavam, aplaudiam, distribuíam água para os presentes, tomavam champanhe, soltavam balões, tiravam fotos sem parar...
Em meio à curtição olímpica chino-macuniana, a BBC entrevistava algumas pessoas; foi quando a entrevistadora veio em minha direção e me entrevistou também. Queria saber por que eu tinha ido assistir a abertura no telão; e eu disse que era pela vibração da platéia, que era tão expressiva e divertida. A entrevista deve ter passado nos intervalos da festa... Pena que ainda não tínhamos chegado em casa para assistir, mas aí também, já teria sido sorte demais!
2 comentários:
Marina, realmente, a sorte te perseguiu nesse dia! Aliás, se a gente prestasse mais atenção veria ¨que a vida não é só isso que se vê, é um pouco mais, que os olhos não conseguem compreender, e as mãos não ousam tocar...¨ ( música da MPB) Mas enfim, parabéns pelo texto, delicioso e muito bom!
Concordo!!
"O essencial é invisível aos olhos", não é o que dizia o Pequeno Príncipe? O dia em que aprendermos a enxergar o invisível, a sorte vai vai se revelar um caminho e não mais obra do acaso...
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