quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Trem ou avião? Como economizar nas passagens!


Pelos trilhos ou pelo ar, seja bem-vindo ao UK!

Há um mito difundido entre os viajantes de que viajar de trem é mais barato do que de avião na Europa. Digo que é um mito porque não só algumas das famosas companhias Low Cost: Easy Jet, Ryanair, Bmibaby, Monarch e Flybe (cujos links preciosos constam na lateral direita do blog) vendem passagens que podem custar apenas 10 Libras num trecho, por exemplo, de Londres à Paris; como as companhias de trem podem oferecer passagens que chegam a custar, aproximadamente, 20 vezes mais para fazer o mesmo trecho.

O segredo para conseguir a menor tarifa e dicas para saber quando compensa viajar de avião, eu listo abaixo:

Quando compensa viajar de avião

Quando se viaja apenas com bagagem de mão, ou pouca bagagem para despachar

Muitas das Low Cost vendem trechos por 10 libras, mas cobram 15, 20, 25 Libras por mala despachada e mais libras ainda por cada quilo que excede o limite (mínimo) que cada uma impõe. As malas de mão também passam por um rigoroso processo de inspeção visual do atendente, e se ele cismar que ela é grande, vai encaixá-la em um compartimento bem apertadinho; caso não caiba, deverá ser despachada, e logicamente, estará sujeita às malditas taxas! Bolsas e sacolas são consideradas malas de mão, então é preciso colocar tudo em uma única mala, para não ser cobrado depois... Também existe a opção de acrescentar um seguro viagem, que encarece o valor do bilhete. Em suma, é importante ler os Terms and Conditions de cada cia para saber o quanto vai custar no final, a sua passagem.

Quando o tempo é curto

Não adianta colocar no papel apenas o custo, porque mochileiro que se preze está sempre com o tempo contado. Se for fazer um trecho de 10 horas de trem, que seja um trem noturno, para passar a noite e ainda economizar na hospedagem. Sendo esta a escolha, vale se certificar se há cabines duplas, ou até primeira classe, porque já passei pela experiência de dividir com quatro homens gordos e sofredores de apnéia, uma noite insone em um trem na Itália. Concluindo, perder o dia viajando é a maior roubada e no fim das contas, pode valer mais a pena pagar mais caro, mas desfrutar mais dos lugares do que ficar marcando território em cadeira de trem.

Quando alguma Cia que não é low cost, lança uma promoção

Eventualmente, cias tradicionais como British Airways, Lufthansa, KLM, etc, fazem alguma promoção e voando por elas não há uma restrição de bagagem tão severa, nem se cobra por mala despachada. Pode acabar sendo mais vantajoso embarcar num voo destes, mesmo que um pouco mais caro, do que ficar chacoalhando por horas e horas em um trem, fazendo conexões com a bagagem (o que é bem complicado, se há muita bagagem!) e perdendo um tempo precioso da viagem.

Quando é melhor optar pelo trem

Quando se tem antecedência de pelo menos 3 semanas para comprar as passagens

Tíquetes comprados com antecedência saem muito mais baratos. Se for possível comprar com três semanas, ótimo, e se tiver 12 semanas de antecedência então, eles saem infinitamente mais baratos.

Quando se conhece alguns truques:

1) Fazer bate-e-volta sai bem mais barato do que voltar no dia seguinte, e comprar o tíquete com a hora marcada (não o Open Return), significa pagar menos da metade do que a tarifa flexível. 2) Fugir dos embarques em horários de pico é fundamental para economizar. É preciso checar qual é o horário de pico estabelecido pela Cia e, se possível, comprar a passagem para antes ou depois, são os off- peak tickets.
3) Comprar dois bilhetes Single (um para ir e um para voltar) é frequentemente mais barato do que comprar um Return ticket. 4) É possível simular a compra dos bilhetes - ver os preços do trecho, os horários dos trens e detalhes das conexões, pelo site da train line e verificar como pagar menos. Caso se opte por fazer a compra online, há uma taxa pela transação e pagamento com cartão. O que eu sempre faço e aconselho fazer é imprimir a simulação da compra e ir com o papel à estação para pedir o trecho, assim, evita-se pagar as taxas e os tíquetes são imediatamente entregues, diferentemente do que acontece na compra online, em que ou os tíquetes são enviados pelo correio, ou se recebe um código para imprimi-los na estação de trem.

Quando se tem medo da imigração

Chegar por, ou sair de Heatrow vindo de Paris (e vice-versa) pode ser bem mais chato para um brasileiro do se ele chegar em uma estação de trem. Os oficiais da imigração dos aeroportos têm fama de ser mais durões na entrada dos estrangeiros do que nas estações de trem, e eu mesma ouvi muitos relatos de pessoas que concordam que isso seja verdade, por experiência própria. Há opção também de se chegar em Manchester,ou outra cidade que não Londres para evitar a alfândega-fobia!

Quando se planeja viajar muito

Se a idéia for fazer muitas viagens,ultrapassando o valor de 78 Libras em um ano, o melhor é comprar um Railcard. Existem opções de Railcards para pessoas entre 16 e 25 anos, pessoas acima dos 60 e seus acompanhantes, e pessoas com qualquer tipo de deficiência. Os preços das passagens saem por 1/3 do valor normal. É preciso, entretanto, checar se o trecho pretendido é coberto pelo card.

Se você é um caça-promoções

Há um site com promoções relâmpago onde é possível encontrar tarifas baixíssimas, como as feitas pela Megatrain.com, que na mesma linha do Megabus, vende passagens a uma Libra!

Tendo estas considerações em mente, é só traçar o roteiro e embarcar, seja por trilhos, seja por ar, para explorar essa terra linda e louca do UK!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Harrogate, um convite para um dia, ou sem data pra acabar!


O convidativo charme de Harrogate


Betty's Cafe Tea Rooms, uma perdição de lugar"


Arquitetura imponente...


Ruinhas que escondem e revelam tesouros...


Os deslumbrantes Valley Gardens!


Gramados intermináveis


Um piquenique de despedida, ou não...

Próximo à Leeds, em North Yorkshire, fica Harrogate; uma pequena cidade com um grande legado histórico. Seu passado é ainda presente na arquitetura, em suas águas e nas curiosidades que a tornaram o balneário de luxo preferido por celebridades e aristocratas da Inglaterra no final do século XIX.

Eleita uma das melhores cidades do UK para se viver, Harrogate ainda hoje é um balneário, com quase 90 nascentes de águas medicinais. No passado, a elite inglesa se reunia para relaxar nos famosos banhos reais do Turkish Baths, um spa com saunas e piscinas térmicas, um lugar onde se fazia massagens e tratamentos - de saúde e beleza. Fica num prédio vitoriano, que se por fora é modesto, em seu interior é um desbunde. O spa é ainda muito procurado e possui preços salgados. Por 2h30 de banhos e saunas se paga entre 13 e 19 Libras (dependendo do horário) e é preciso agendar com antecedência. Às quartas-feiras, entre as nove e dez da manhã e ao preço de 3 Libras, é possível fazer um tour guiado para conhecer o local.

Além de se refastelar nas famosas águas sulfurosas dos banhos, pode-se degustá-las também. A mais potente bomba de extrair água da Inglaterra ainda funciona parcialmente e hoje é um pequeno museu sobre a história do balneário, o Royal Pump Room Museum. Paguei 3 Libras para conhecer o museu, ansiosa para provar a água sulfurosa que é oferecida aos visitantes ao final do tour, mas fiquei frustrada quando me serviram a quantidade suficiente apenas para um gole. Dado o gole, logo percebi o ato gentil em regular a água, porque seu gosto é o de ovo podre com sal, não necessariamente nessa ordem! Mas enfim, se fizer bem...

Uma curiosidade que marcou a história de Harrogate foi sua ligação com o famoso desaparecimento de Agatha Christie em 1926. Por 11 dias a escritora ficou desaparecida e o UK inteiro foi acionado para encontrá-la. Ela foi descoberta em Harrogate, hospedada no Hotel Old Swan, sob o nome da amante de seu marido. Dizem que ela foi vista desfrutando da intensa vida social da cidade, tranquilamente, durante este período. Mas para encobrir o caso, ele declarou que Agatha havia tido um surto de amnésia e não sabia o que estava fazendo. A verdadeira razão entretanto, permanece um mistério. Outro escritor renomado que passou uma temporada em Harrogate foi Edward Morgan Forster, novelista famoso pelo sucesso de sua maior obra, Passagem para a Índia”. Pois é, pelo visto, as águas de Harrogate saciam também a sede de escrever!

Um lugar obrigatório para uma visita à cidade é a magnífica casa de chás Bettys Café Tea Rooms, um deleite para os sentidos e uma perdição para os bolsos. Alem dos tradicionalíssimos chás da tarde, impecavelmente servidos desde 1919, há pratos refinados para o almoço e todo o tipo de guloseima que se pode imaginar. A fila já faz parte do cartão postal na foto do lindo prédio, e seria um pecado passar por ela sem se tornar mais um entre os pacientes clientes que a compõem. Outra delícia típica de Harrogate são os caramelos da Farrahs, que desde 1840 vende o Toffel mais famoso do UK em latinhas tão fofas que vale a pena comprar mesmo sem gostar do doce!

Mas se águas milagrosas, delícias da mesa e histórias do passado não bastarem para conquistar um viajante, certamente as inúmeras lojas, os pubs, com sua forte presença na cena musical, a linda arquitetura e o paisagismo de Harrogate, explícito em seus exuberantes jardins e parques, por si só já compensam a visita!

A cidade é envolta pelo verde do Stray e se orgulha também de exibir os Valley Gardens, um parque público maravilhoso, provavelmente, com o paisagismo mais exuberante que eu já vi na vida. Árvores centenárias de cores exóticas, mescladas com gramados intermináveis, flores que parecem de mentira de tão grandes e coloridas, e muitas das fontes que deram a fama à cidade compõe um cenário idílico, com direito a esquilinhos, patinhos, velhinhos sorridentes, criancinhas serelepes e tudo mais que for no diminutivo, de tão gracioso.

Os jardins colecionam prêmios, dentre os quais o de mais belo parque da Inglaterra, concedido no ano passado; este é sem dúvida, o lugar ideal para um piquenique de despedida. Mas se for difícil deixar esta paisagem de Harrogate, basta esticar a estada um tempo e depois inventar um surto qualquer que justifique o mistério de seu desaparecimento!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Em Whitby, marinheiros de segunda viagem!


Começando pela praia, um território neutro


Atalhos para explorar Whitby!


Old Town


Eu, na fantasmagórica Whitby Abbey!


Entre as tumbas da Abadia, uma noiva...


Para fechar, um passeio pelo Píer...

Quem acompanha o blog, vai se lembrar que já escrevi sobre Whitby, a cidade litorânea em North Yorkshire que ficou famosa ao ser citada no Drácula de Bram Stoker. Mas somente após esta segunda visita, pude captar toda a atmosfera da cidade.

Cortada pelo rio Esk, onde funciona um porto, Whitby divide-se em duas partes: a Old Town e a New Town. Na primeira vez em que estive lá, conheci mais a parte antiga, a região ao redor do rio, repleta de pequenas cottages e ruas de pedra, vigiadas de cima pela St. Mary’s Church e as ruínas fantasmagóricas da Whitby Abbey (abadia do século XIII), que até hoje serve como referência aos marinheiros que navegam pela região.

Antes de retornar a estes pontos tão impressionantes de Whitby, entretanto, aproveitei a folga de tempo com o Mário para explorarmos a New Town. Então, em vez de nos emaranharmos de cara pelas ruas movimentadas de comércio, cheias de hotéis charmosos e cafés convidativos em estilo vitoriano, ascendendo pelo caminho óbvio no tempo e na história (na medida em que se avança colina acima), nós preferimos fazer o caminho inverso, e retrocedemos da New Town para a Old Town, conforme começamos o passeio pela parte moderna e alta da cidade.

Chegando à estação de trem, seguimos direto para a praia e foi lá, fora da civilização de Whitby, num caminho neutro, construído pela natureza, que traçamos nosso trajeto. Começamos com um longo passeio pela praia, nos distanciando da cidade ao máximo, até o momento em que fomos expulsos pela maré crescente do Mar do Norte para uma passarela mais acima. Caminhamos por cerca de uma hora nesta passarela, sob o vento gelado e ensurdecedor que varria a costa, apreciando de longe o píer, que viria a ser o ponto final de nossa expedição.

O Mar, cada vez mais revolto, mostrava que permanecia o mesmo que tirara a vida de milhares de marinheiros no passado e que trazia à imortalidade o Capitão James Cook, morador de Whitby por muitos anos.

Quando a cidade se perdeu de vista, tomamos um dos muitos atalhos de terra e fomos escalando até o topo da West Cliff, onde repousa a New Town. Sem bússola, sem mapas e com muito frio, embarcamos por esta viagem às avessas no tempo até atracarmos na parte mais alta da colina da cidade nova. De lá, se tem vistas da Old Town de tirar o fôlego. E impelidos (mais ou menos como em “Contatos Imediatos do Terceiro Grau”) pela força da Whitby Abbey, imponentemente colocada no topo da cidade antiga, descemos rumo ao passado, para encontrar do outro lado do rio Esk, no topo do penhasco vizinho, toda a magnitude desta abadia que já tínhamos visto por fora em 2008.

Mas, desta vez, entramos na abadia. E diferentemente do que poderíamos imaginar encontrar lá, em vez de santos e pecadores, reis ou súditos, vampiros ou donzelas, encontramos quatro patinhos felizes e uma noiva. Nada mais destoante do cenário e mais apropriado, para mostrar que tudo que existe é revisitado pelo tempo, que a fronteira entre “Old” e “New” pode ser tão tênue, que subir ou descer colinas em busca deste contraste pode no final das contas somente uma ilusão (a não ser pela fadiga real que causa às pernocas!).

Famintos e um pouco espantados pela “desconstrução” da Abadia em nosso imaginário, passeamos pelas ruinhas da Old Town e fomos almoçar. Em vez do tradicional Fish and Ships do Magpie Caffe, no qual já tínhamos almoçado anteriormente, preferimos nos poupar das filas e ir a algum lugar menos disputado. A poucos metros do Magpie, encontramos o delicioso Harry’s, com pratos saborosos e preços justos. Não tem toda a história do seu concorrente, mas certamente tem uma cozinha tão ou mais competente!

Para fechar, caminhamos ao longo do píer, experientes, descolados, marinheiros de segunda viagem, para apreciar de longe o panorama completo de Whitby. E foi lá que concluímos que se tempo e espaço podem se dissolver na história; os momentos que levamos na memória são a única prova de nossa existência. E voltamos felizes à ferroviária, pensando conosco "que bom ter ao lado uma testemunha destas memórias"...

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O humor inglês no entretenimento: festas divertidas e atrações típicas do UK!


Prontas pra despedida!

Uma das maiores e mais louváveis características dos ingleses, em minha opinião, é a personalidade multifacetada, paradoxal e até meio psicótica (por que não?) que eles têm. Talvez ela seja como um “mecanismo de defesa” coletivo, uma forma que o povo encontrou de se de se manter civilizado e no poder, diante de tantas guerras e reinados turbulentos. Eles conseguem conciliar o inconciliável, com seu sotaque Real contaminado por gírias, ostentando seus topetes meticulosamente desgrenhados! São tímidos e extravagantes, tradicionais e vanguardistas, cavalheiros e destrambelhados, tudo ao mesmo tempo!

Psicologismos à parte, acho que aos olhos dos outros, essa personalidade pode ser percebida como o “típico e ácido humor inglês”! E é com educação, mas ironia, que todo inglês que se preze instiga a curiosidade do mundo. Há quem ache que eles sejam frios, mas não percebem que debaixo da carapuça meio robótica que vestem, não passam de manteigas derretidas, de preferência sobre um scone, acompanhado de um chá com leite! Prova disto são as formas de se divertir que possuem!

Não pense que eles só sabem ir a pubs e beber até cair, isso é um estereótipo, apenas uma parcela do que é diversão para eles. E se você acha que os brasileiros é que dominam a arte do entretenimento, conheça algumas das divertidas estripulias que eles costumam aprontar por aqui:

Hens Night - São as despedidas de solteira: chá de panela que nada! As garotas do UK abominam o machismo e as brincadeiras monótonas... Quando vir grupos de garotas com trajes plumosos e cheios de paetês, orelhas de coelhinhas playboy e faixas com os dizeres “Hen’s Night!”, tome cuidado se for um homem! “As noites das Galinhas”, ou despedidas de solteiras no UK são tão apimentadas ou mais do que as de homens (as Stag nights, ou "noite dos veados", pode?!)! As noivas saem semifantasiadas com suas amigas e damas de honra para jantar e depois vão se acabar em alguma boate, com direito à strippers e brincadeiras cheias de malícia! No caminho, entretanto, podem abusar da fama das “galinhas” e quererem ciscar por todos os galinheiros!

Banquetes Edwardianos - São banquestes temáticos, inspirados na tradição, que hotéis e restaurantes oferecem. Custam caro, mas justificam as muitas libras, dada a quantidade enorme de comida e bebida que incluem!

Murder Misteries – Sherlock Holmes e Agatha Christie são inspirações para os famosos jogos de detetives. Restaurantes, pubs, hotéis e mesmo qualquer um que queira animar sua festa pode dar um toque de suspense com a brincadeira. Funciona assim: alguém morre em circunstâncias estranhas e cabe aos convidados, por meio de pistas e revelações, descobrir o assassino, a arma e as circunstâncias da morte. Na prática, o jogo pode acontecer de duas formas; ou se contrata atores para interagirem com os convidados e criarem o clima todo; ou é possível baixar um jogo online, no qual cada um recebe um papel para interpretar a saga, entre um drink e outro.

Ghost Walks – Não há uma cidade no Reino Unido que não promova as “caminhadas-fantasma”, passeios em grupo para percorrer lugares mal-assombrados, revivendo assassinatos, fenômenos sobrenaturais e fatos históricos aterrorizantes. Sempre haverá alguém numa praça, vestido com trajes mórbidos, segurando uma plaquinha com o anúncio das caminhadas macabras. Londres é famosa por seus roteiros malignos e pontos de interesse horripilantes. Quem tiver coragem, que pague para ver e torça para voltar inteiro para contar o que viu! Eu não tive...

Pubs com Karaoke - Os ingleses amam soltar a voz! Não à toa, saíram desta ilha longínqua no mapa, bandas como os Beatles, Rolling Stones, Oasis, os Smiths, a Lady Gaga e uma porção de talentos musicais. Talvez isso se deva aos milhares de karaokês, que invadem os pubs da noite britânica; ou até às cantorias ensaiadas nos cinemas. Sim, há diversos cinemas, como o tradicional Prince Charles, em Londres, que tem as sessões “sing-a-long”, ou seja, sessões em que o público (nem sempre afinado) é que compõe a trilha dos filmes! Haja algodão nos ouvidos pra aguentar a gritaria...

Baladas no busão – Nada mais dinâmico de que dar uma festa no busão! Os cenários mudam,as pessoas se renovam e se dança conforme as curvas! É possível alugar um ônibus de dois andares padrão, ou um mais privè, sem janelas, para festas mais quentes! O único problema deve ser o efeito da bebedeira com tamanho agito!

Bonfire Night – Todo dia 5 de novembro, os ingleses acendem uma fogueira gigantesca em parques e praças e, no topo, como num ato de inquisição, queimam um boneco de pano. O boneco representa Guy Fawkes, o mais famoso traidor da pátria (talvez depois do Príncipe Charles)! O pobre coitado tentou explodir o Parlamento Inglês há mais de 400 anos e até hoje é crucificado, ou melhor, incendiado! Tirando o lado patológico da coisa, é uma festa superdivertida! Há sempre uma maravilhosa queima de fogos, além de comes e bebes tradicionais na casa dos amigos!

Halloween - Nada mais divertido do que o Dia das Bruxas no UK! Além das inúmeras baladas temáticas, às quais o povo vai super a caráter, muita gente sai às ruas fantasiada, só pra brincar com os outros e tocar campainhas, pedindo guloseimas!

Chás da Tarde – O chá é tão parte da vida no UK que é como uma instituição. Tem até o Conselho do Chá, que debate os benefícios da infusão, sugere receitas especiais e lista os melhores locais onde degustar da bebida! Os chás são frequentemente tema de festas e há lugares badaladíssimos, como o Ritz de Londres, que servem os mais requisitados chás do Reino, num clássico ponto de encontro dos ingleses.

Festas à fantasia – Assim ficou até batido... Com tantas celebrações fantasiosas, nem precisavam fazer festas à fantasia; mas eles fazem! E não são pouca coisa não. Tudo com muita produção. Além disso,o povo adora sair às ruas fantasiado, mesmo sem ter a festa alguma para ir...

No fundo, acho que faz parte do imaginário do britânico ser eternamente criança, brincar, levar o lúdico ao cotidiano... Algo que faz todo sentido, se lembrarmos que quem escreveu Peter Pan foi Sir James Matthew Barrie, um escocês!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Made in UK! Fotos de coisas malucas!

Uma imagem vale mais do que mil palavras, pelo menos diz o ditado. Então, seguem milhares de palavras sobre o UK, sobre coisas que são absolutamente estranhas no Brasil, mas que aqui, muitas vezes são mais do que comuns, são típicas!


Não só busões de 2 andares, mas também os busões-balada!


Lojas psicodélicas, como a All Saints, que não vende máquinas Singer!


O carro do Mr Bean!!


Penteados alternativos!


O humor ingês!


Pessoas malucas! Where is Wally??!


Casas minúsculas!


Pubs malucos!


Veículos alternativos!


O gado peludo das Highlands!


Homens de saias!!


Patinhos migrando para o verão...


Verdadeiros shows nos metrôs londrinos


Guardinhas da Rainha!


Pessoas imunes ao frio!


Um orgulho gay tão orgulhoso!!!


A queima de Guy Fawkes na fogueira todo 5 de novembro na Bonfire Night!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Durham, entre os 15 destinos imperdíveis do UK!


Bem-vindo à Durham


No topo, as mais belas construções...


O Castelo...


... E a Catedral!

Enquanto no Brasil todos pensam no futuro, com o resultado das eleições, estou eu aqui pensando no passado, na incerteza de um futuro verde e amarelo (até porque no dia 31 de outubro, estarei comemorando o Dia das Bruxas por aqui, mas torcendo pras bruxas não estarem à solta por lá, com suas urucas almadiçoando o segundo turno),divagando sobre reinados normandos e peregrinações em busca dos restos mortais de São Beda, “o Venerável”, enterrado próximo ao rio Wear, que abraça a cidade de Durham . Parece piada, mas não é.

Durham é um condado no nordeste da Inglaterra, onde está esta pequena cidade, construída em 995 numa península e envolta pelo curvilíneo rio Wear. Repousam neste pedaço de passado, algumas das construções mais interessantes do Reino Unido. E é conjunto da obra o que torna Durham o décimo terceiro melhor destino do UK, de acordo com a Conde Nast Traveller, considerada aqui como a bíblia dos viajantes.

Caminhando pelas ruinhas tortuosas, cheias de lojinhas e restaurantes, não se imagina que no ponto mais alto da pequena cidade há um espaço reservado para cultivar as mais altas ambições do homem: o conhecimento e o poder. Lá, no topo de tudo, sobre um gramado extenso e simétrico, estão a imponente catedral e o Castelo de Durham, que ficam lado a lado, numa colina. A Catedral ainda serve ao seu propósito religioso; já o Castelo, serviu de palácio episcopal até 1832, quando foi vendido pelo bispo Willian Van Mildert, que destinou parte da renda para fundar a terceira universidade britânica. Pagando cinco Libras é possível subir os 365 degraus que conduzem à torre da catedral, e de lá ter uma vista 360 graus da cidade. E com três libras é possível fazer um tour guiado pelas dependências ainda preservadas do Castelo.

Nós, no entanto, não pudemos conhecer o castelo-universidade, porque por coincidência, estávamos na cidade no final de semana que antecedia o início das aulas e os estudantes estavam chegando aos seus novos lares. Durham estava lotada de calouros, festas de recepção e pais aflitos indo entregar suas crias ao mundo. Sim, enquanto o cordão umbilical é cortado por volta dos 30 anos de idade no Brasil, na Inglaterra este corte ocorre aos 16 anos, com a entrada dos teenagers em colleges e universidades. Bandos deles circulavam pelas ladeiras históricas de Durham, carregados de travesseiros e sorrisos, orgulhosos e temerosos pelo que estava por vir.

Mas além da vida acadêmica, Durham é famosa também por seus museus. O Oriental Museum; o Bowes Museum, que fica fora do centro da cidade; e o incrível Beamish Museum, que recria numa fazenda de 300 acres, o estilo de vida das pessoas entre 1800 e 1900, época da Revolução Industrial na Inglaterra. É um museu vivo, com pessoas a caráter, vivendo num ambiente idêntico ao que existia na época. Vale ressaltar que todos os museus fecham por volta das 16h30, 17 horas e alguns deles não funcionam aos sábados. Por conta disso, também não conseguimos visitar o Crook Hall, uma propriedade Medieval preservada (que tem fama de ser mal-assombrada pela Dama de Branco), com lindos jardins de filme e labirintos de plantas, chamados “maze”, para a gente se perder...

Às margens do rio Wear, não para se perder, mas para se encontrar num ambiente de paz e tranquilidade, vale percorre algumas das muitas trilhas, coloridas agora pelos tons dourados e vermelhos da estação. Além desta natureza natural, Durham ainda ostenta um Jardim Botânico, com coleções de plantas e flores raras, perfeitas para ambientarem um piquenique, caso tanta história e caminhadas abram o apetite.

Como faltaram atrações para completarmos o roteiro, certamente, em algum ponto desta nova estada pelo UK, voltaremos para lá. Só espero que até este dia chegar, o Brasil já tenha definido seus próximos governantes e minha viagem de volta ao passado possa ter também um gostinho de futuro...



A Catedral, o castelo e o outono de Durham!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Middlesbrough, em doses homeopáticas!


Chás e livros, no meio-tempo!


Albert Park


fontes e jardins


Biblioteca Pública


Teesside University

Cheguei a Middlesbrough dia 26 de setembro, debaixo de chuva. A julgar pela ferroviária, a cidade passa uma boa impressão. Estilo Vitoriano, limpa, preservada. Mas, após conversar com um morador da cidade, a impressão muda. Em poucos minutos ele sugere que em Middlesbrough não tem nada para fazer, que não tem nenhum atrativo em especial, que tem má reputação. E diante destes predicados nada simpáticos, decidi que no tempo em que morar aqui vou descobrir as razões pelas quais ele pode estar enganado.

Já tinha lido que a cidade foi eleita “a pior do Reino Unido para se morar” em 2007, numa votação popular. Entretanto, foi por conta disso e para resgatar a autoestima dos “Middlesbrourianos” (não faço ideia de como sejam chamados aqui!), que se ofenderam profundamente com esse título, que foram investidas milhares de libras em lazer, segurança e embelezamento da cidade. Sim, um “extreme makeover” tomou conta de Middlesbrough e, hoje, ela não é mais o patinho feio da Rainha.

Após três dias inteiros de chuva, fez sol. E estimulada por sua rara aparição por estas bandas, saí à procura destas recém adquiridas qualidades da cidade. E até que não me decepcionei...

A cidade é mínima, é possível fazer praticamente tudo a pé. Há praças, museus, parques, shoppings, fontes, bibliotecas, cinemas e teatros, tudo bem cuidado e imponente. Moro praticamente no centro, bem na frente da Teesside University, onde o Mário está fazendo seu pós-doc, e isso facilita minha missão de desbravadora.

Como tudo é muito pequeno e próximo, pus na cabeça que não posso explorar tudo de uma vez, senão o senso de descoberta acaba, junto com metade da graça. Assim, na medida da minha curiosidade e contida pelo medo de cair no tédio rápido demais, vou me apresentar aos poucos a essa pequena travessa. Sei que aqui há uma ponte famosa, paisagens industriais que inspiraram Ridley Scott a criar Blade Runner e o time de futebol, onde Juninho jogou. Mas estou protelando as principais atrações, como uma sobremesa que me apetece, mas que precisa ser degustada aos poucos.

Ontem, conheci o cinema Odeon, onde assisti “Comer, rezar e amar”(muito legal, apesar de o livro ser bem melhor!). O cinema é excelente; enorme, com 10 salas, que devem viver vazias. E será, certamente, visitado semanalmente por mim e pelo Mário, apesar das 8 libras que cobra por ingresso (lembre-se do lema brasileiro “Quem converte, não se diverte!” e curta sem culpa!).

Assim, com o compromisso de gostar de Middlesbrough, termino este texto. E em doses homeopáticas, vou desvendando essa cidade e postando minhas impressões! No meio-tempo, chás, livros e muitas escapadas aos finais de semana!