segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Em Whitby, marinheiros de segunda viagem!


Começando pela praia, um território neutro


Atalhos para explorar Whitby!


Old Town


Eu, na fantasmagórica Whitby Abbey!


Entre as tumbas da Abadia, uma noiva...


Para fechar, um passeio pelo Píer...

Quem acompanha o blog, vai se lembrar que já escrevi sobre Whitby, a cidade litorânea em North Yorkshire que ficou famosa ao ser citada no Drácula de Bram Stoker. Mas somente após esta segunda visita, pude captar toda a atmosfera da cidade.

Cortada pelo rio Esk, onde funciona um porto, Whitby divide-se em duas partes: a Old Town e a New Town. Na primeira vez em que estive lá, conheci mais a parte antiga, a região ao redor do rio, repleta de pequenas cottages e ruas de pedra, vigiadas de cima pela St. Mary’s Church e as ruínas fantasmagóricas da Whitby Abbey (abadia do século XIII), que até hoje serve como referência aos marinheiros que navegam pela região.

Antes de retornar a estes pontos tão impressionantes de Whitby, entretanto, aproveitei a folga de tempo com o Mário para explorarmos a New Town. Então, em vez de nos emaranharmos de cara pelas ruas movimentadas de comércio, cheias de hotéis charmosos e cafés convidativos em estilo vitoriano, ascendendo pelo caminho óbvio no tempo e na história (na medida em que se avança colina acima), nós preferimos fazer o caminho inverso, e retrocedemos da New Town para a Old Town, conforme começamos o passeio pela parte moderna e alta da cidade.

Chegando à estação de trem, seguimos direto para a praia e foi lá, fora da civilização de Whitby, num caminho neutro, construído pela natureza, que traçamos nosso trajeto. Começamos com um longo passeio pela praia, nos distanciando da cidade ao máximo, até o momento em que fomos expulsos pela maré crescente do Mar do Norte para uma passarela mais acima. Caminhamos por cerca de uma hora nesta passarela, sob o vento gelado e ensurdecedor que varria a costa, apreciando de longe o píer, que viria a ser o ponto final de nossa expedição.

O Mar, cada vez mais revolto, mostrava que permanecia o mesmo que tirara a vida de milhares de marinheiros no passado e que trazia à imortalidade o Capitão James Cook, morador de Whitby por muitos anos.

Quando a cidade se perdeu de vista, tomamos um dos muitos atalhos de terra e fomos escalando até o topo da West Cliff, onde repousa a New Town. Sem bússola, sem mapas e com muito frio, embarcamos por esta viagem às avessas no tempo até atracarmos na parte mais alta da colina da cidade nova. De lá, se tem vistas da Old Town de tirar o fôlego. E impelidos (mais ou menos como em “Contatos Imediatos do Terceiro Grau”) pela força da Whitby Abbey, imponentemente colocada no topo da cidade antiga, descemos rumo ao passado, para encontrar do outro lado do rio Esk, no topo do penhasco vizinho, toda a magnitude desta abadia que já tínhamos visto por fora em 2008.

Mas, desta vez, entramos na abadia. E diferentemente do que poderíamos imaginar encontrar lá, em vez de santos e pecadores, reis ou súditos, vampiros ou donzelas, encontramos quatro patinhos felizes e uma noiva. Nada mais destoante do cenário e mais apropriado, para mostrar que tudo que existe é revisitado pelo tempo, que a fronteira entre “Old” e “New” pode ser tão tênue, que subir ou descer colinas em busca deste contraste pode no final das contas somente uma ilusão (a não ser pela fadiga real que causa às pernocas!).

Famintos e um pouco espantados pela “desconstrução” da Abadia em nosso imaginário, passeamos pelas ruinhas da Old Town e fomos almoçar. Em vez do tradicional Fish and Ships do Magpie Caffe, no qual já tínhamos almoçado anteriormente, preferimos nos poupar das filas e ir a algum lugar menos disputado. A poucos metros do Magpie, encontramos o delicioso Harry’s, com pratos saborosos e preços justos. Não tem toda a história do seu concorrente, mas certamente tem uma cozinha tão ou mais competente!

Para fechar, caminhamos ao longo do píer, experientes, descolados, marinheiros de segunda viagem, para apreciar de longe o panorama completo de Whitby. E foi lá que concluímos que se tempo e espaço podem se dissolver na história; os momentos que levamos na memória são a única prova de nossa existência. E voltamos felizes à ferroviária, pensando conosco "que bom ter ao lado uma testemunha destas memórias"...

Um comentário:

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