quarta-feira, 25 de março de 2009

Epílogo do Blog: você fez parte deste sonho!


Obrigada a vocês, testemunhas da nossa vida em UK!

A distância aproxima as pessoas. Essa é a conclusão que fica depois deste quase um ano aqui em Manchester, “longe” da família, dos cachorros, dos amigos... Descobri também que pátria é um conceito metafísico. O Mário é minha pátria, não o Brasil. Estando com ele, estou em casa...

Graças aos emails, celulares, skype e Orkut, as pessoas estiveram sempre presentes conosco. Acompanhamos daqui os primeiros passos de um sobrinho, os últimos dias de vida da minha avó, a gravidez e parto de minha irmã, alguns casamentos, a separação dos nossos pais de suas respectivas esposas, a venda da casa na qual passei 25 anos da minha vida. “Conversei” com meus cães e gatos, me solidarizei com a perda do emprego de colegas de trabalho do passado (grande Leme!!); aconselhei irmãs em crise sentimental, mães à beira de um ataque de nervos; consolei amigas hipocondríacas (fala Sílvia!!), papeei com internautas em busca de informação e dicas no UK e também busquei conforto e companhia, em momentos de alegria ou solidão... Tudo por meio desta “parafernalha” da comunicação.

Passaram por aqui em Heator Moor, onde moramos, nossa dupla de mães carentes; minha irmã caçula, Lorena; meu sogro; minha amiga de sempre Milena e sua mãe figura, Nadir; e a Elaine, vulgo “cabeça”, que pela primeira vez saiu do país, além do casal Alê Flores e Les, que moram em Hong Kong! Ritinha, Lílian e Piu, que estão aqui pela Europa, por outro lado, ameaçaram aparecer, mas nunca vieram. Quem sabe numa próxima ocasião...

Conhecemos por estas bandas, pessoas muito bacanas da Comunidade Brasileiros em Manchester do Orkut: a Emilene, o Alex de Stockport e o Alex - figuraça, de Santos e o Daniel Serravalle de Sá, com quem publiquei um texto sobre Manchester na revista JD, que circula no UK. Também a Khamila e a Alexandra, uma dupla divertida e pronta para agitar umas comilanças deliciosas!

No Boteco do Brasil, no Shopping Arndale, conhecemos o Junior, simpático dono do ponto de encontro mais saboroso dos conterrâneos em Manchester. Lá também, conhecemos a divertidíssima Cristiane, uma brasileira maluquinha, que mora no mundo, fala 6 idiomas e de coração, nos abrigou em sua casa em Roma por 3 noites em setembro!

Fizemos bons amigos ingleses também, como o pessoal da sala do Mário: Louise, Hoda, Sehina e James; e do Grupo Cochrane da Universidade: a Lindsey, Joanne, Amy, o Phill, Dr Terry, Dr Sandher e a excêntrica da Helen, umas das ditoras, que vive em Edimburgo! Também a dona de nosso flat, a animada Maddie e a família do andar de cima, que chamamos de “Os Scarlets” (eles tinham nomes muito difíceis de guardar!), por conta da Scarlet, a filhinha caçula do casal, que nos acordou diariamente às 6 da matina, com seus choros de pesadelo!

E se não fossem todos, os que vieram e os que ameaçaram vir; os que ficaram lá, segurando as pontas, mas sempre estiveram em contato; se não fosse pelos que nos ajudaram aqui e nos acolheram, ou pelos que quebraram um “galhão”, cuidando dos cães, como a Tuny; cuidando da casa, como o sogro; cuidando de tudo, como a incrível dupla multifuncional e mochileira das nossas mães; pelos nossos irmãos, segurando todas as barras, e por nossos amigos, que estiveram mais próximos do que nunca, essa experiência em UK não teria sido a mesma.

Presentes, apesar da ausência, eles todos testemunharam nossa vida aqui e por isso são nossos cúmplices, pessoas que vão sempre nos relembrar que tudo começou com um sonho, mas que aconteceu de fato. E nesse salto quântico que separa o sonho da realidade foi que simultaneamente estivemos aqui, no UK, e lá, no Brasil; divididos pelo espaço, mas unidos pelo coração.

Obrigada a todos que acompanharam o blog, que trocaram scraps e emails, que telefonaram entre uma vídeo-conferência e outra (always busy Luciana), que skyparam diariamente (pais e mães!!!), e todos aqueles que aproveitaram a distância para se aproximar de nós!

O blog termina aqui, com a nossa volta ao Brasil, no entanto estarei sempre disponível a ajudar os que quiserem “dicas” para viajar para o UK. Basta postar um comentário aqui e deixar seu email que entrarei em contato o quanto antes!

Mas agora é hora de voltar, porque uma outra viagem acaba de começar...

A VIAGEM COMEÇA PELOS SONHOS E TROPEÇA NA REALIDADE, MAS SE REVELA MESMO, SÓ NO CAMINHO ENTRE UM E OUTRO, ENTRE O IR E VIR, NA MEMÓRIA, NA SAUDADE..."


MARINA FANTI
25/03/2009

segunda-feira, 23 de março de 2009

Edimburgo e suas jóias menos óbvias!


Holyrood Park!


No topo das montanhas de Holyrood Park!


Ruínas de igreja em Salisbury Crags


Uma das jóias óbvias de Edimburgo...


Encontro com a Dolly: o prazer foi todo meu!


Armstrongs Vintage, o brechó das celebridades!


"Revolução de Concreto"

Além das maravilhas básicas de Edimburgo, que já foram descritas no post “Hogmanay em Edinburgh” em janeiro, a capital da Escócia tem jóias escondidas, que só após uma expedição mais profunda se revelam. É naquele segundo olhar, já não mais obcecado pelo Castelo espetacular que vigia a cidade de cima de uma colina, ou pela estupenda arquitetura de casas e monumentos que de baixo o reverenciam, é que se consegue enxergá-las.

Fora do agito de Edimburgo, às margens da cidade, fica o lindo Holyroodhouse Palace, que foi o lar da rainha Mary, da Escócia. Ao seu redor, o exuberante Holyrood Park, com lagos e montanhas que relembram um passado vulcânico. Ali ficam as colinas Arthur's Seat e as Salisbury Crags, com vestígios de uma civilização que habitou a região há milhares de anos. O visual que a subida proporciona já vale a canseira, mas chegar ao topo é essencial! De lá se enxerga a cidade inteira, até o mar. Se por milagre o céu estiver azul e o sol forte, como eu tive a sorte de pegar, não haverá memória mais intensa da cidade para se guardar... E tem mais, esse é um passeio inesquecível ao preço apenas de algumas centenas de calorias!

Edimburgo também é conhecida por seus belíssimos museus. Todos são gratuitos! No National Museum of Scotland tive o prazer de conhecer a célebre Dolly, a ovelhinha que concretizou as teorias sobre clonagem! Pena que o prazer foi só meu, porque ela está hoje empalhada, já que faleceu de complicações do fígado há alguns anos.

Além dos clássicos museus, há os alternativos: “Museu da Infância”, Museu dos Escritores” e o “Museu das Pessoas”, gratuitos e interessantes também!

Para quem gosta de um brechó, o Armstrongs Vintage, na Grassmarket, tem de peças vitorianas à retro anos 70. O lugar é uma bagunça e tem preços de loja de grife, mas tem muita fama, tanto que uma das clientes mais assíduas é a modelo Kate Moss!

Para quem quer uma dica de guest house baratinha, limpa, com excelente café da manhã e atendimento e ainda por cima, com wi-fi grátis, a dica é o The Lairg Hotel. Fica um pouco afastado do centro, mas compensa! Eu e o Mário desembolsamos apenas 55 Libras por uma noite num ótimo num quarto!

A única coisa que Edinburgh ficou devendo, já que até o clima estava perfeito dessa vez, foi a paz; sim, porque a cidade está inteiramente interditada, com obras por todos os lados, por conta da instalação do sistema de trams, os metrôs de superfície. O som de britadeiras abafa o das gaitas de fole, o brilho dos monumentos está ofuscado pela poeira do asfalto. Uma pena, e o pior é que as obras estão previstas para durar até o final de 2010.

Mas por suas jóias óbvias ou não, o Castelo e o Palácio, seus muitos museus, lojas, pubs, parques e montanhas pacíficas para se refugiar da “Revolução de Concreto” que está dominando a cidade Real, os viajantes podem ter certeza que o Reino de Edimburgo merece uma visita e que vai deixar de lembrança, uma vontade louca de voltar!

quinta-feira, 19 de março de 2009

As Highlands da Escócia: dose dupla de magia!


Gado das Highlands!


Cachoeira em sítio paleontológico


Cenário de Senhor dos anéis


Vale das Fadas!


Ruínas de castelo em Skye


Montanhas de Glencoe, a caminho de Skye


Urqhuart Castle em Inverness

Você pode até nunca ter ouvido falar das “Terras Altas da Escócia”, mas certamente já viu seus deslumbrantes cenários em alguns dos filmes que a escolheram como personagem. Esse foi o caso de “Coração Valente”, “Highlanders”, “Stardust”, “O Código da Vinci” e “O Senhor dos Anéis”, entre outros. Nenhuma paisagem poderia compor melhor o ambiente de solidão, de magia e de paixão para ambientar sagas que mesclam o real e o imaginário; o maldito e o sagrado; a vida e a morte.

Quem vai para as Highlands, antes de explorar suas montanhas e vales, cachoeiras ou lagos, explora seus próprios desejos e temores; suas angústias e motivações. E num horizonte sem fim, entre o fog, a chuva e seus ventos constantes, conhecerá seus próprios limites.

A viagem interior se inicia já nos primeiros quilômetros de estradas estreitas e íngremes, atrevidamente construídas em meio à natureza hostil do lugar. Numa paisagem onde o que menos faz sentido é a presença humana, arco-íris, ovelhas, o gado peludo típico, corvos e alces se perdem na bruma que encobre o topo de montanhas nevadas, à mercê do clima.

Quase não se vê casas ou paradas pelo caminho; a impressão que se tem é que é um lugar de ninguém, ou daqueles que por alguma razão, preferiram se refugiar da vida. Ruínas de igrejas e de castelos, campos de batalha e monumentos aos heróis escoceses, o Rei Robert The Bruce e o guerreiro William Wallace, resistem ao tempo, (que parece não existir nas Highlands), relembrando a sangrenta história do País. Entretanto, há pequenos vilarejos entre um vale e outro, com as famosas “guest houses” e restaurantes de comidas típicas, que servem o “Black Pudding”, feito de sangue de ovelha e o “Haggis”, feito das vísceras do pobre animal.

Entre os locais mais visitados das terras altas estão Inverness, imortalizada pela lenda de “Nessie”, o monstro pré-histórico que dizem o habitar. Fiz um cruzeiro pelo Lago, mas tudo o que vi foram simpáticos patos nos escoltando pelo percurso. De noite, para incorporar um pouco do “coração valente” do escocês, eu, o Mário e um grupo de turistas “invadimos” o Castelo Urquhart, que fica à beira do Lago Ness, todo iluminado por fora. Bastou pularmos 2 cercas e atravessarmos uma ponte para passear por seu jardim e ruínas, sem desembolsar as 7 Libras que são cobradas de dia para visitá-lo. Fizemos isso em meio à neve e o vento, e tenho que assumir que foi uma das coisas mais divertidas do passeio!

Também a região montanhosa de Glencoe e a Ilha de Skye, por sua autenticidade e vida rústica, animais exóticos e suas paisagens surreais e fantasmagóricas, atraem viajantes de todo mundo. O pequeno vilarejo de Portree, mesmo com poucas lojas, restaurantes (o delicioso Café Arriba é uma ótima opção!) e guest houses, é considerado a "Capital" de Skye. Mas saiba que não há muito que fazer por lá, senão recompor as baterias para enfrentar mais um dia de explorações.

Um lugar absolutamente imperdível por onde passamos foi o “Fairy Valley”, que fica próximo a Portree. É uma região completamente diferente de tudo o que existe, onde pequeninas montanhas de todos os formatos e com uma grama espessa, circundadas por pequenas muralhas e rochas dispersas, lagos e cachoeiras, se escondem em meio a uma bruma densa que camufla ovelhas e pássaros, numa atmosfera própria mesmo de mundo da fantasia. Não à toa, muitas das cenas do filme de feitiçaria “Stardust” foram feitas ali!

Num lugar onde nem as árvores resistem ao clima, os escoceses encontram nos pubs o calor que necessitam para enfrentar as adversidades. O uísque é parte fundamental da cultura do povo e os pubs são o templo em que eles cultuam seus costumes. As gaitas de fole ainda são tocadas por muitos músicos e bandas; os kilts são usados em ocasiões especiais (sem nada por baixo, diz a lenda!); a culinária é baseada na carne de carneiro e muita pimenta... Aliás, haja pimenta e uísque para compensarem o frio (e as pernas de fora) nas Highlands!

O povo escocês é muito místico também. Difícil de acreditar, porque a Escócia é primeiro mundo e teoricamente, onde há informação, não há superstição; mas tendo tido contato com pessoas educadas e bem informadas descobri que acreditam de verdade em bruxas, demônios, fadas e no Monstro do Lago Ness! E o estranho é que, após ter passado pelas Highlands, com suas paisagens surreais e que contestam a lógica, o universo da razão pareceu diminuir um pouco para mim também e posso dizer, mesmo sem ter degustado uma única dose do uísque de suas inúmeras destilarias, que aquela é mesmo uma terra com dose dupla de magia!


Ps: Há diversos roteiros e pontos que valem a pena ser explorados nas Highlands. Nós fizemos o roteiro de 3 dias "Sky Experience", pela Highland Experience, que fica em Edimburgo. A maior vantagem de fazer um tour guiado é a de que é impossível chegar a certos locais sem um carro! Mas seja qual for a escolha de roteiro do viajante, o importante é levar guarda-chuvas, botas e muitos casacos no inverno e repelente no verão!

Fairy Valley!

domingo, 8 de março de 2009

Formas de se sentir por cima em Manchester!


Esfriando a cabeça!


Subindo pelas paredes para elevar o astral!


Para o alto e avante!


Atmosfera meio Jetsons no Cloud 23!


Cloud 23, no Hilton!


Só não vale ficar alto no pub!


Double deck para curtir de cima o visual!

Em épocas de recessão e credit crunch, nada melhor do que jogar tudo para o alto de vez em quando para espantar o baixo astral! E Manchester oferece boas alternativas para ninguém deixar a peteca cair... Por isso, aqui vão algumas opções para se sentir nas alturas na cidade:

The Wheel of Manchester
A roda-gigante de Manchester fica na Exchange Square, bem no centro da cidade. Ela foi trazida de Paris em 2007 e hoje, com seus mais de 60 metros de altura, proporciona vistas lindas da cidade aos que querem arejar um pouco as idéias!

Cloud 23
Cenário de muitas das cenas da novela de maior sucesso no UK, a Coronation Street, esse bar deixa qualquer um literalmente nas nuvens, com o visual de 360 graus da cidade que possibilita! Numa atmosfera intimista e futurista, meio à lá Jetsons, o bar fica na metade do altíssimo edifico do Hilton! É um luxo que pode elevar o moral de qualquer um. Em tempo, para os bolsos mais rasos, além dos sofisticados e caros drinks, o bar serve também chás e sucos a preços acessíveis!


Chill factore

Para os que buscam as alturas e precisam esfriar a cabeça, nada melhor do que as pistas íngremes e geladas de ski e snowboard do Chill factore! Além da enorme pista para profissionais, há também área destinada a aulas para iniciantes e atividades para crianças. Há ainda paredes de escaladas para pessoas de todas as idades e tamanhos! Restaurantes e lojas dão o toque final ao complexo, garantindo um dia de altas emoções!

Só o que não vale é ficar alto em um dos milhares de pubs da cidade e acordar no dia seguinte com aquela ressaca de arrasar. Então, em vez de tomar uma dose dupla no balcão de um pub e apelar para a baixaria, sugiro tomar um double deck e ir pra casa em alto estilo, curtindo o visual de Manchester por cima, do alto do busão!

Pista do Chill factore!


sexta-feira, 6 de março de 2009

Dicas para viajar barato pelo UK!


Trilhando o UK!

Quem vem para o Reino Unido para passar mais do que um mês e pretende explorar toda ilha, precisa calcular com certa antecedência seus roteiros se quiser economizar suas preciosas Libras! Há muitas opções de transporte para circular pelo UK, mas como as distâncias são relativamente curtas, em minha opinião, os trens acabam sendo a melhor opção!

Como fiquei praticamente “presa” no UK por seis meses, sem passaporte, aguardando pela renovação do meu visto de permanência, aproveitei ao máximo a oportunidade para viajar por tudo e posso garantir que o segredo da economia está na antecedência!

A minha experiência melhor foi com as viagens de trem! Percorrer de trem o Reino Unido é uma delícia! As paisagens são lindas, o serviço é seguro, pontual e confortável; e há trens que parecem aviões, de tão modernos e velozes!

Entretanto, para se beneficiar das melhores tarifas é importante ficar ciente de algumas dicas! Quem compra suas passagens de trem, ônibus ou avião com mais de três semanas de antecedência do dia da viagem pode economizar até 70% no preço pago pela passagem! A compra antecipada dos passes ainda no Brasil pode ser feita tanto pela internet, como por meio de agências de viagens, CI ou STB.

Há diversas modalidades de passes, então é preciso definir de antemão o roteiro, o número de passageiros que viajam juntos, o número de dias que se pretende viajar, e selecionar se prefere primeira ou segunda classe, viajar em dias e horários específicos ou optar por pagar mais e ter a liberdade de escolher em cima da hora.

Logicamente, também é possível comprar passagens avulsas (ida e volta – Return; passagens avulsas – Single tickets; sem data marcada de volta – Open Return; e fora do horário de pico – Off peak) via internet ou nas próprias estações. A reserva de assentos é grátis e pode ser feita de ambas as formas!

Os menores de 26 anos e portadores da carteirinha “Youth Pass”, ou pessoas acima dos 60, também têm descontos na compra dos passes de trem da BritRail e de algumas companhias de ônibus.

Para os que preferem os ônibus, dado que são mais baratos do que os trens (mas demoram bem mais), a empresa que oferece as passagens mais baratas de UK é a Megabus! A companhia vende só pela internet e oferece passagens a partir de 1 Libra!! Tudo bem que os ônibus são espremidos, raramente fazem paradas em lanchonetes de estrada e o esquema é “pinga-pinga”, mas se a idéia for mesmo economizar, essa é uma ótima alternativa!

Para longuíssimas distâncias, como do Sul da Inglaterra para as Highlands, na Escócia, a melhor solução podem ser as empresas aéreas low cost. A Rynair, EasyJet, Flybe e Bmibaby são as mais baratas! O problema é a restrição ao tamanho da bagagem de mão e o valor cobrado para despachar malas! Mas, fazendo um esforço de esmagar o máximo de itens numa malinha minúscula (e vestindo todo o resto que não coube na maleta), sem despachar bagagem, e fazendo check-in online na véspera, as tarifas sairão muitas vezes bem menores do que as de uma passagem de trem para o mesmo destino!

Além destas alternativas, pode-se também optar pelo aluguel de um carro. A carteira de habilitação do Brasil é aceita em UK, acompanhada do passaporte; resta saber se o motorista vai se habituar a dirigir na mão inglesa!

Tendo em mente estas dicas, basta reservar acomodação boa e barata usando os links de hotéis e guest houses, que são as acomodações mais típicas e econômicas de UK! Mas isso já é informação demais, então vai ficar para um próximo post...

segunda-feira, 2 de março de 2009

Lake District, no rastro dos poetas!


Baía de Bowness


Casa vizinha à de Beatrix Potter; uma entre as muitas fontes de inspiração...


Atenção à sinalização!


Numa trilha entre Ambleside e Newby Bridge!


Bowness on Windermere, o coração da Cumbria!

Três dias são pouco para compreender o que levou tantos poetas e escritores renomados, como William Wordsworth, Samuel Coleridge, Thomas de Quincey, John Ruskin, Arthur Ransome e Beatrix Potter a consagrarem seus nomes na história da literatura britânica. Mas mesmo com pouco tempo, eu e o Mário fomos à busca de algumas pistas e rumamos para o Lake District, onde supõe-se ter sido o lugar do mundo que os inspirou a escrever suas obras-primas.

O Distrito dos Lagos fica no noroeste da Inglaterra, a aproximadamente 3 horas de trem, saindo de Manchester, numa região de UK chamada Cumbria. Com uma paisagem natural quase intocada pelo homem, que mescla montanhas (onde fica o pico mais alto da Inglaterra, o Scafell Pike) e vales - resquícios de um passado vulcânico - e uma abundância de lagos, a sutil presença do homem se faz perceber nas dezenas de pequenos vilarejos que se formaram com o tempo; em suas moradas charmosas de pedra ou castelos preservados, em suas fazendas de ovelhas, nos pequenos pubs (Fica em Winderemere o pub "The hole in the Wall", eleito um dos 10 melhores da Inglaterra!!)e restaurantes, nas lojas de chocolate e nas incontáveis guest houses”, que mesmo no inverno e em épocas de crise, parecem prosperar na região.

Mas, apesar do turismo e da fama do Lake District, a impressão que se tem é de que o apelo da natureza ainda sobrepõe à ignorância humana e o tipo de gente que viaja ou reside por lá são apenas andarilhos, esportistas, amantes da vida selvagem ou letrados, pessoas à paisana nessa paisagem tão marcante, todas à mercê e em função de suas belezas naturais. Tudo é impecavelmente limpo e construído para não deixar rastros, preservando o patrimônio ambiental acima de tudo.

As cidadezinhas de Windermere e Bowness têm uma ótima estrutura para comportar milhares de pessoas, mesmo em épocas de festivais ou competições esportivas, e são os principais pontos de partida de cruzeiros e ferrys que conduzem a outros vilarejos às margens dos lagos. Para que se tenha liberdade para transitar por algumas das encantadoras cidades às margens do Lago Windermere (o maior da região) é recomendável comprar o tíquete “Freedom of the Lakes”, que garante por 24 ou 48 horas, passe livre por alguns dos roteiros mais visitados: Ambleside, Bowness, Lakeside e Coniston, onde fica a casa em que morou a mais célebre moradora da região, Beatrix Potter.

Além das atrações naturais do Lake District, como os cruzeiros, passeios de caiaque, trilhas enlameadas para ciclistas e andarilhos, escaladas para os alpinistas, arvorismo, etc; há também inúmeras atividades culturais para a família toda: museus e galerias, aquários e zoológicos, castelos , parques, e a famosa casa de Beatrix Potter, que era tão apaixonada pela região dos lagos que comprou milhares de acres de terras por lá e deixou para o Trust, para que fossem preservados pelo governo.

As montanhas e os vales, o ar puro, os cisnes à beira dos lagos, o sol sob o fog, refletido nas águas geladas, as ilhas, os pastos verdes, as ovelhas brancas e as ovelhas negras à deriva... As construções de pedra, escondendo o aconchego entre quatro paredes, os castelos, os veleiros, os chocolates deliciosos, os andarilhos sorridentes e ensopados... Todas essas imagens puderam nos dar uma idéia do que enfeitiçou tantos ilustres.

E voltamos de lá cheios de boas lembranças, e cheios de lama nos nossos sapatos, deixando pegadas que nem o tempo vai conseguir apagar, porque marcaram não só os passos que demos por lá, mas também vão marcar os caminhos que um dia ainda vamos trilhar...


Um breve cruzeiro pelos Lakes...